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Uma Lara em nosso casamento







 Tudo começou quando minha mãe e eu decidimos ter um cachorrinho pra passar o tempo, pois no interior do RS a vida é muito solitária e não se tem muita coisa pra fazer, nem lugares para ir como cinema, ou Shoppings ou qualquer diversão de cidade grande. A cidade é longe, e as coisas se limitam apenas a supermercados, padarias, praças que são vazias e solitárias como éramos! O jeito era encontrar uma companhia, pois ficávamos sozinhas em casa. Eu havia parado de trabalhar, pois logo iria me mudar para Ituiutaba/Minas Gerais. Minha mãe sempre ficava só, quando meu pai ia para lavoura.
Um amigo de minha mãe que também chamo de tio nos falou que sabia de uns cachorrinhos para adoção em Santa Maria-RS. Os dias passaram e meu "tio" informou que a dona agora só teria um cãozinho e que o levaria. Tudo bem, disse para minha mãe. - "A Senhora fica com ele e eu procuro outro, não tenho pressa".
Nunca pensei que teria um cão depois disso, mas em um dia da semana o telefone tocou e alguém estava na portaria do prédio: eram "meus tios" com uma caixinha de papelão com dois pinscher dentro. Um mais lindo que o outro, melhor dizendo: Uma mais linda que a outra!! Logo me apaixonei pela Lara que me lambia.
Fui para casa com ela em meu ombro. Conversando com ela: "A mamãe vai avisar o papai que você chegou, minha lindinha". Depois disso, abrindo a porta do apartamento a ficha caiu! Eu pensava mil coisas ao mesmo tempo como:
- onde ela ia dormir?
- o que vai comer?
- o que faço se ela fica doente?
- será que a raça dela é forte pra aguentar o frio daqui?
Enfim, muitas coisas passavam por meus pensamentos.
Avisei meu marido e ele nem acreditou. Chegou em casa depois do serviço e duas orelhinhas pretas e pontudas saíram demoradamente de dentro de uma caixa! Foi amor a primeira vista. Se tratava de um "morcego" preto e mais fofo do mundo. A Lara, como a batizamos, pois na época passava na Rede Globo uma novela em que a personagem Lara era um pouco feliz demais.. se não me engano era A Favorita o nome da novela. A personagem era interpretada pela atriz Mariana Ximenes . A nossa Lara fazia lembrar a personagem, pois ela nos mordia muito e ficava pulando de um lado para outro em todos os lugares em que ela conseguia subir, descer e entrar!
Ela era linda, amorosa, pequena de tudo!! dormia dentro de minha pantufa de tão pequena que era. Parecia uma criança: chorava a noite com frio, queria colo, cama quentinha. No Rio Grande do Sul, (Palmeira das Missões, pra ser exata) faz muito frio, principalmente no inverno, onde até a água das torneiras congelam e a grama faz sons quando a gente pisa nela parecendo que vai quebrar quando congelada pela geada.
A "Lara", nossa pinscher dormia dentro de uma caixinha de papelão, até que uma noite ela chorava desconsoladamente e eu cansei de ir e vir da cama dela para nossa cama! Decidimos colocar junto com a gente em nossa cama por alguns minutos até que se acalmasse. Passou este tempo e quem disse que ela queria sair dali?! Chorava como louca fazendo um som "ih, ih, ih" aquele gemido de cachorrinho bebê. Pronto!! Partiu nosso coração e dali em diante dormia com a gente em nossa cama.
Acordávamos pela noite para levá-la ao banheiro (tapetinho higiênico) para dar água e comida quando sentia forme. Ela nos avisava quando queria alguma coisa fazendo um som diferente que nos dava impressão de que estava falando com a gente!
O tempo foi passando, os dias muito frios e a Lara começou a passear com a gente. Eu a levava dentro de minha jaqueta. Algumas pessoas me perguntavam se eu estava grávida..he-he... Tudo com razão: havia alguma coisa estranha dentro de minha roupa: era a Lara que dormia tranquila... Depois eu ria muito das situações curiosas das pessoas!
A Lara sempre foi assim, foi crescendo e cada vez mais esperta e nos deixando com as mãos cheias de mordidas e arranhões de brincadeiras.
Quando eu a levava no pátio do prédio sem coleira quase morria correndo atrás dela pra voltar para casa. Mas ela só parava depois que sua língua saltava fora da boca e ela não aguentava mais suas perninhas secas e finas..ha-ha. E eu, querendo me jogar no primeiro banco que visse pela frente! Há não ser que meu marido chegasse e ela o visse. Corria em direção a ele não importando de mais nada e ninguém. Era tiro e queda, pois ela se derretia por ele e obedecia a tudo. Parecia outra cachorrinha..rss.
Compramos ursos para ela roer, ossinhos, roupinhas e tudo que uma "filha" tem direito e a regamos com muito carinho e amor.
Ela viajou com a gente para muito lugares que fomos passear. Até viajou de avião para Minas Gerais, mas com recomendações e vacinas do veterinário. Tudo direitinho para seu bem-estar.
"Falava" e ouvia todos no telefone, e era fotografada em todos os momentos de seu crescimento até hoje ainda é!
Também nos ensinou sobre muitas coisas, como lealdade e companheirismo. O que não encontramos em muitas pessoas nos caminhos desta vida.
Ela cresceu ouvindo o interfone tocar quando a pizza estava chegando e ainda hoje ela sabe: É PIZZA!!
Adora uma porcaria para comer, mas não pode comer, né. Ela esquece que é um cãozinho com coração de gente!
Pra concluir, hoje a Lara continua dormindo com a gente depois de alguns anos, sabe todos os passos que vamos dar e como vamos dar em casa, sabe a hora do agrado, do passeio, do almoço, jantar, café...
Ela ensina a "Luna" (nossa outra cachorrinha, que vou contar ainda sobre ela um dia desses) a fazer suas bagunças e aprende com ela.
Na hora em que Lara está com sono, ela late diferente e nos manda para cama... Bom, manda meu marido, pois eu ainda tenho que colocar a Sophia na cama dela e ficar lá até ela dormir.
Não vou dizer que ela ainda não apronta, pois apronta sim. Quando saímos de casa, temos que verificar quartos, banheiros, chinelos, papéis e tudo mais. Se deixarmos papel caído pelo chão ela rasga em milhões de pedacinhos e espelha pela casa inteira. Chinelos ela "customiza", pois os deixa sem as alças e rói pelas beiradas..he-he. Como adora uma bola, não podemos deixar nada que seja de nossa filha e que role pela casa, pois na volta encontramos apenas lembranças e mais nada!
Ração? Ela só come a que gosta e tem que ser bem pequena e macia. Nada de comida amanhecida. Mas ta certo ela, pois ninguém merece mesmo.
Ela morre de medo de crianças agitadas. Por ser pequena e sensível ela rosna para intimidar e morde de leve para educar as crianças e assustá-las para longe. Mas uma apertadinha de dentes bem fraca, ela só encosta os dentes, não aperta para ferir!
Todas as pessoas devem ter um amigo como este em suas vidas, pois nada e ninguém interfere no amor incondicional que um cão tem pelo ser humano.
Os cães até podem nos "esquecer" no momento da comida, mas nunca nos abandonam. Pelo contrário, até nos seguem se caso se perdem nas mudanças. E quando morremos, nos acompanham e nos esperam para todo e sempre, como no filme "Sempre ao seu lado". Neste filme eu chorei, pois a gente vive a história e pensa no cão da gente, como no caso, a Lara, que sempre nos acompanha em todas as aventuras que já passamos e estamos pensando em fazer!
Em Minas Gerais era tão quente que ela simplesmente se atirou no asfalto com a língua de fora enquanto íamos para casa. Eu me apavorei pensando que ela tinha morrido, mas a peguei em meus braços e levei correndo para casa e cuidei dela... tadinha.
Ela é nossa filha mais velhinha e sempre a amaremos, mesmo com doenças, ou qualquer problemas de velhice.
O amor é incondicional e não escolhe raças, religião, sexo nem mesmo classe social. E o melhor de tudo: é para sempre, como nosso amor por ela.
Tenha um animalzinho, mas sempre cuide e zele por ele, pois ele também fará tudo por você.










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